Polícia pede quebra de sigilo telefônico de motorista que matou médica recém-formada na Afonso Pena
Ainda não há informações sobre a localização do motorista, que no hospital se recusou a fazer o teste do bafômetro
Lívia Bezerra –
(Fotos: Alicce Rodrigues/Jornal Midiamax, Redes Sociais)
A Polícia Civil pediu a quebra do sigilo telefônico do motorista de um Chevrolet Classic, de 27 anos, que matou a médica recém-formada, Anne Carolline de Barros, na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. O acidente aconteceu em um domingo, 16 de junho, e a médica morreu no dia seguinte.
O pedido da quebra do sigilo telefônico foi feito pelo delegado Rodrigo Nunes Zanotta no último dia 29. O aparelho celular do rapaz foi apreendido no dia do acidente, bem como uma garrafa de whisky encontrada no assoalho do carro.
Ainda não há informações sobre a localização do motorista, que no hospital se recusou a fazer o teste do bafômetro, dizendo que “não iria fazer nenhum teste enquanto estivesse ali”.
Para a polícia, o conteúdo presente no celular do rapaz pode conter evidências que auxiliem na elucidação dos fatos. “Tais como mensagens de texto, registros de chamadas, conversas em aplicativos de mensagens (WhatsApp, Instagram, entre outros), além de fotos e vídeos, que possam demonstrar o estado de ânimo do investigado, seu consumo de substâncias antes do acidente, bem como outros elementos que ajudem a esclarecer a dinâmica do ocorrido”, diz trecho do pedido feito pelo delegado.
O delegado também pediu ao Poder Judiciário a autorização para realizar uma perícia técnica do celular, notificação das operadoras de telefonia para fornecer registros de ligações e mensagens e, por fim, o sigilo das informações obtidas com a perícia.
O motorista é réu em processo por outro acidente, ocorrido também na Capital sul-mato-grossense, em 2022. A vítima do acidente mais antigo, inclusive, pede indenização ao motorista por danos materiais, morais e estéticos.
‘Princesinha da mãe’
Familiares de Anne Carolline de Barros, de 25 anos, se despediram da médica na manhã do dia 19 de junho, em Campo Grande.
A mãe de Anne ficou inconsolável, disse uma amiga da família ao Jornal Midiamax. “Ela está se apoiando nos outros filhos de 3 e 6 anos”, disse a amiga. O clima de pesar na despedida é imenso, já que muitos ainda estão em choque com a morte precoce da médica.
“Era a princesinha da mãe. Está sendo um momento muito difícil para a família”, disse a amiga. Segundo a mulher, Anne voltou para o Brasil no ano passado depois de se formar em medicina no Paraguai. Ela voltou para Campo Grande para morar com a mãe.
A família fez a doação de órgãos da médica: coração, pulmão, pâncreas, fígado, rins e córneas.
Acidente na Afonso Pena
De acordo com informações, o rapaz que dirigia o carro, que era alugado, disse aos policiais que não se lembrava de nada do acidente, só de estar no hospital. A resposta veio depois de ser questionado sobre a ingestão de bebidas alcoólicas antes de dirigir. O casal estava em uma festa antes do acidente.
Ainda de acordo com informações, foi possível averiguar através de vídeo das câmeras de monitoramento que o veículo era conduzido pela Avenida Afonso Pena e sem qualquer tipo de obstáculo, em uma curva, sofreu desvio direcional, momento em que sobe na calçada e bate contra o poste. Não foi notado marcas de frenagens, apenas averiguado que, com o impacto, a parte traseira do veículo sofreu deslocamento e ficou parado como se o carro estivesse em trânsito pela Rua Terenos.