‘Não descartamos outras paralisações’, diz presidente de sindicato em manifestação de policiais
A paralisação de 70% dos policiais em todo o Estado nesta manhã de quinta-feira (5), em reivindicação a melhorias salariais pode ser que ocorra novamente caso o Governo não abra negociação com a categoria, segundo o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa.
De acordo com Barbosa, caso não haja negociação a categoria está prevendo indicativo de greve. “É a maneira que temos para manifestar. Só queremos o que foi prometido.”, disse Barbosa.
O presidente do sindicato ainda falou sobre a polícia do Estado ser uma das melhores do país, mas o salário não acompanhou os resultados apresentados. “Quase um trabalho escravo. Este é nosso grito.”, disse ao Midiamax.
Ainda segundo Barbosa, a categoria está esperando para a próxima terça-feira (10) com deputados estaduais para montar uma comissão para resolver o impasse, e caso não haja uma solução não está descartada nova paralisação.
O escrivão Carlos Alexandre disse que há uma defasagem salarial muito alta que não alcança as necessidades básicas dos policiais. “A Polícia Civil está sangrando.”, disse o escrivão. Ele ainda relatou que a polícia do Estado é considerada uma das melhores, mas com um dos piores salários.
“Polícia desvalorizada, a população fica insegura.”, falou.
Peregrinação em delegacias
A servidora pública, de 39 anos, Emanuelly Siqueira, disse ao Midiamax que está há uma semana indo de delegacia em delegacia tentando um documento para provar perícia feita nas casas que foram destruídas por um caminhão, na Vila Nova Campo Grande.
Ela relatou que precisa do documento para conseguir religar a luz nas casas que são alugadas. Depois do acidente, os inquilinos estão em hoteis, o que está causando um prejuízo de R$ 150 mil. “Acho justo a paralisação, mas atrapalha a população.”, disse.
Paralisação por 4 horas
Barbosa relatou que a paralisação vai ser das 8 horas da manhã até o meio-dia e a concentração será na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro. Neste período, 70% dos policiais irão parar e apenas serviços essenciais irão funcionar.
Medidas protetivas e flagrantes serão feitas, já boletins de ocorrência, intimação e oitivas não serão feitos. “É um alerta para tentarmos abrir um canal de negociação com o Governo.”, disse Barbosa.
“Não queremos prejudicar ninguém, mas infelizmente até agora estamos sendo forçados a tomar medidas um pouco mais duras, mais rígidas. É o próprio Governo do Estado que não abriu o canal de negociação ainda com a categoria”, explicou.