A história de um dos principais grupos musicais de Paranavaí agora está eternizada em uma produção cinematográfica. Nesta terça-feira (23), iniciam-se as exibições do documentário “Grupo Gralha Azul – História e Memória”, produção desenvolvida para homenagear e perpetuar a contribuição da banda que nasceu em 1977 e se consagrou como um dos maiores nomes da música local, com relevância nacional. 

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Com quase meio século de vida, o Gralha Azul ganhou sucesso ao cantar sobre assuntos e costumes regionais, levando Paranavaí aos holofotes e jogando luz às belezas e particularidades do povo desta terra. “Durante os 47 anos, o Gralha Azul passou por diversos momentos de Paranavaí, por situações críticas e de evolução da cidade. [O documentário] foi feito com muita seriedade e muita lealdade para contar a história de um grupo que sobreviveu a muitas situações e que está chegando aos seus 50 anos por uma questão de idealismo”, considerou Dorival Torrente, um dos integrantes da banda. 

A ideia de conceber esta produção vem sendo trabalhada pelos diretores Ariane de Oliveira e Amauri Martineli desde o ano passado, mas foi em janeiro deste ano que a dupla começou a colher materiais e reunir os detalhes da trajetória do grupo. Por meses, os produtores ouviram integrantes e ex-participantes do Gralha Azul, além de outras personalidades da música e familiares que acompanharam o desenvolvimento da banda.

Durante a fase de levantamento de informações, os atuais integrantes do grupo foram “transportados” a vários momentos vividos ao longo das quase cinco décadas de atuação do Gralha Azul. Para Juca Ferreira, apesar dos muitos bons momentos que puderam relembrar, destacam-se as memórias das perdas que o grupo teve ao longo do caminho. “O que mais nos marca são as perdas, de pessoas maravilhosas e verdadeiros irmãos que estiveram com a gente nessa trajetória e que nos deixaram”, revelou.

Homenagem à história viva 

A iniciativa de produzir um documentário para contar a história do grupo Gralha Azul foi de Ariane de Oliveira, filha do músico Paulo Cesar de Oliveira, um dos fundadores do grupo e que morreu em agosto de 2018. Para Ariane, o trabalho simboliza uma forma de homenagear não apenas aqueles que já se foram, mas também os integrantes que mantêm viva a história do Gralha Azul.

O projeto pôde ser colocado em prática a partir do financiamento oriundo da Lei Paulo Gustavo e do apoio do Governo Federal, Ministério da Cultura e Município de Paranavaí-PR. “Existem muitos incentivos às produções [culturais] e eu já estava de olho, já tinha conversado com o Amauri, sabendo da expertise dele e por ele ter acompanhado muita coisa do grupo”, explicou Ariane. 

Ela e Amauri resgataram inúmeros materiais de décadas de história e compilaram os momentos marcantes da trajetória do Gralha Azul em um documentário de 30 minutos. “A gente tinha muitas reportagens, desde o início lá em 1977 – quando o grupo efetivamente se apresentou pela primeira vez -, muitas fotos, vídeos em VHS de shows que aconteceram aqui em Paranavaí. [Até] um HD que meu pai tinha com alguns materiais foi recuperado. Foi muita informação realmente para compilar em 30 minutos”, revelou a diretora. 

“Nós temos muita preocupação em entregar um trabalho muito bem feito. O filme não pode ultrapassar meia hora, e meia hora para contar a história do Gralha Azul é um trailer. Eu gosto de falar que se fosse mesmo contar a história [completa] seria uma série com várias temporadas. Mas vai ficar muito bom”, adiantou Amauri Martineli. 

Como assistir 

O documentário “Grupo Gralha Azul – História e Memória” será exibido, inicialmente, em duas sessões gratuitas nesta semana. A primeira exibição ocorre nesta terça-feira (23), no Centro de Eventos da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) em Paranavaí, às 20h. O segundo evento ocorrerá na sexta-feira (26), na Casa da Cultura Carlos Drummond de Andrade, também às 20h. Nas duas datas, haverá apresentação de um show musical com o Gralha Azul antes do filme. 

De acordo com os organizadores, em todas as exibições haverá tradução para Língua Brasileira de Sinais (Libras) e uma cuidadora presente para auxiliar pessoas com necessidades especiais ou idosos. 

Após as exibições oficiais, o documentário ficará disponível no Youtube, no canal oficial do Gralha Azul, por tempo indeterminado.